O céu era o limite, naquelas manhãs e tardes
de primos passadas no monte. Construímos parte
da nossa abundante personalidade pueril num mundo
governado por paus, pedras e outros bordões de apoio.
Por entre caminhos de terra alegremente batida
repusemos certos guerreiros, de várias raças,
governado por paus, pedras e outros bordões de apoio.
Por entre caminhos de terra alegremente batida
repusemos certos guerreiros, de várias raças,
que por ali teriam avançado numa marcha branca e triunfal.
Aquela ficção que juntos consertávamos mentalmente,
expunha-se depois em pequenos diálogos que pairavam
como o ar fresco da serra, junto das nossas cabeças.
Era a nossa forma de desbravar um mundo, montanha acima,
mais um idear cintilante de outras coisas, que rebentavam
na fertilidade da nossa imaginação. Vestíamos a pele
dos animais indefesos, vislumbrávamos o terror na fotografia
de um lobo sorrateiro que deambulava por entre as inolvidáveis
giestas, amarelas e verdes. Das mais toscas pedras e ossadas
que se nos atravessavam ao caminho, inventávamos fósseis
devidamente estilizados, que depois deixávamos pra trás.
Ao fim da tarde porém, todo o enredo desvanecia,
pousávamos terreno firme sob a protecção fresca
daquela velha e portentosa ramada nas traseiras da casa.
Essa cepa exânime agoniza agora a rápido retalho.
CADA VEZ MELHOR MIGUEL!!!
ResponderEliminarCONTINUA POR FAVOR AMIGO
BEIJOSSSSSSSSSSSSS GRANDES
isto leva-me á infância :) que bom
ResponderEliminarnostalgia profunda de momentos maravilhosos em que gozava a plenitude da felicidade e não sabia
Nostálgico e épico.
ResponderEliminar