Éramos de um tempo em que as dúvidas
ultrapassavam a espessura gélida de dez
invernos. Achados assim, por quase nada,
por um quase modo circunstancial de ser,
éramos de uma espécie de registo químico
ultrapassavam a espessura gélida de dez
invernos. Achados assim, por quase nada,
por um quase modo circunstancial de ser,
éramos de uma espécie de registo químico
vetado a um aleatório acaso, dir-se-ia:
um acaso inevitavelmente igual.
E ficou tarde para travar esse impulso
que crescia – entre a vaga alastrada
no lume – de um vazio combustível no peito.
Ficou tarde ou urgente para nós – o tempo,
as palavras que nos alcançavam
as palavras que nos alcançavam
como o resto dos dias cresciam
à luz de um verão que irrompia
a brandura branca das paredes
da casa – votada a crescer no amor –
à luz de um verão que irrompia
a brandura branca das paredes
da casa – votada a crescer no amor –
por onde nos regressamos ou então
nos tornamos – para voltarmos a ser.
nos tornamos – para voltarmos a ser.
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