Fazes-me
ver longe quando estamos perto.
Primeiro
concentro-me na tua boca
e
depois no riso disperso dos teus olhos,
nas
imensas centelhas também dispersas
aos
três cantos da sala, porque o quarto
canto
somos nós, olhando-nos:
boca-a-boca-corpo-a-corpo.
Camuflamos
um ou outro sorriso no apelo
ou
simples permuta da boca encerrada
às
palavras, como uma espécie de pacto
de
silêncio – por mil imagens roubadas.
E
voltamos para repetir as metáforas
de
um não futuro que se adivinha,
como
este tempo que nos ronda devagar
e
nos faz ver longe quando estamos perto.
Regressamos
por uma espécie de distância
presente,
por um mesmo caminho onde nos
inventamos
intactos, digo, por um caminho
onde
nos construímos sós, – como as quatro
paredes
no silêncio da sala – & tu, és tudo
quanto
meus olhos requestam ao lume
brando
que nos devora:
corpo-a-corpo-boca-a-boca.
Como o amor é lindo.
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