Não tenho mais um passado.
São pedaços partidos de um
espelho tão perdido quanto
a luz – por vezes – de uma
certa ideia fosca de futuro.
Ficará sempre por saber ou notar
Ficará sempre por saber ou notar
a quem pertence a chave [afinal]
das primeiras tardes de sol
na esplanada. De quem é a pele
salteada entre os livros de um certo
veraneio que se acende depois.
Ficará em ti por contar uma certa
ausência desarrumada entre o ferro
e as cadeiras que rangem – longe
das mãos – na firmeza do cimento
deste chão. Ficará sempre por saber
das mãos – na firmeza do cimento
deste chão. Ficará sempre por saber
quanto nos custa a espera dessas tardes
azuis, ou mesmo, uma certa ideia
esquiva de futuro que se escreve como:
esquiva de futuro que se escreve como:
ânsia, medo, angustia ou solidão.
Viva,Miguel, poeta discreto e tão profundo...!
ResponderEliminarNeste poema emerge uma voz suave,que é a tua voz poética,e ela emerge dos mil pedaços de um espelho supostamente quebrado. Mas não há estilhaços cravados nos versos,apesar de evoltos numa certa melacolia.
Talvez ainda valha a pena, Miguel, unir alguns pedaços e não descartar totalmente o passado, onde "uma certa ideia de futuro" perdurará para além das incertezas do verso final.
Poesia assim...Sim!!!
Gostei muito do seu comentário, Alice!
ResponderEliminarObrigado, bem haja! :)