domingo, 2 de maio de 2010
MARIA, MINHA MÃE
Certo dia acordei
conhecedor da tua «ida»,
esperei por ti
alguns anos como sabes,
foi à altura
tão difícil aceitar.
Os dias arrastaram-se
penosos aos meus olhos.
Chorei palavras em lamentos
semeei cores de outros ventos
sem que as lágrimas ressequidas
enferrujassem a lâmina ríspida
que me cortava
lenta
a cada imagem tua.
É duro cinzelar a pedra
sem ter a verdadeira noção
daquilo que vamos esculpindo
tantas vezes no alvo acaso.
Faltou-me tantas vezes o «pilar»,
faltaram-me tantas vezes essas forças,
as tuas forças Mulher!
Faltas-me tanto!
Depois de acordar, ambos saberíamos
que nem uma lágrima vertera.
Fiquei seco e frio, e Tu,
conheces bem os porquês.
Porque será que nunca fui capaz
de te dizer um simples:
- Adeus?
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Amo-te, e amar-te-ei sempre, Maria Isabel!
ResponderEliminarAté já, Mãe.
sei qual é essa sensação Miguel. desconhecia eraq ue a tinha também vivenciado.perdi a minha mãe ha 5 anos e ha 10 dias uma segunda mãe, minha tia que tambem me criou.
ResponderEliminarBelíssimo poema !
ResponderEliminarLindo e doce este poema...apesar da dor e tristeza...q tb partilho ctgo...eras um "menino" com 9 anitos...q violência e tortura...se eu mulher feita e mãe...sofri horreres com 34 qdo perdi o meu pai...
ResponderEliminarPerdes te alguém que te amou muito, mas no dia 2 de Maio de 1974 nasceu alguém que te ama e te amará para sempre...
ResponderEliminarTodos somos alvo de infortúnios ou perdas, outros visionam amores e outros sentimentos.
ResponderEliminarO importante é estarmos aqui, vivos e contempladores de um mundo que gira e nos olha atentamente.
Obrigado pelos vossos comentários.
Simplesmente belo, toca bem fundo.
ResponderEliminarA dor de perder aquela que nos deu a vida, que é o nosso pilar, para crescer em amor e sabedoria é realmente penoso. Mãe, como todos precisamos dela! Como precisamos sentir o seu cheiro, o seu calor, o seu amor e do seu ombro para chorar, mesmo quando somos bem adultos...
Cristina
Mãe é Mãe! :)
ResponderEliminarObrigado Cristina, pelas tuas palavras.
Abraço
Era tão bonita a tua mãe! lembro-me tão bem dela, quando entrava no comércio do meu avô era como se levasse consigo um raio de sol, sempre alegre... Macedo ficou mais cinzento sem ela na verdade acho que nunca mais recuperou...
ResponderEliminarParabéns pelos teus poemas são admiráveis!
Um beijo
Xana
É verdade Xana! Foi um sol que se perdeu em macedo, e para mim, também uma parte de mim se foi.
ResponderEliminarAgradeço a tua visita e lisonjeiam-me as tuas palavras!
Beijo, Miguel
UM LINDO POEMA PARA UMA MÃE AINDA MAIS LINDA, QUE PARTIU TÃO CEDO...MAS ONDE ELA ESTIVER SENTIRÁ UM ENORME ORGULHO PELO FILHO QUE TEM.
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