segunda-feira, 17 de maio de 2010
O FIM DA MENTIRA
Na cidade ecoa um grito
preso no nada,
um turbilhão que ressoa
para lá da madrugada doce
junto ao pó dos armários
mortificados em silêncios.
As centelhas de luz laranja
reinam em intermitências
junto das janelas.
Despertam outros ruídos estrépitos,
projectados em sombras
d’outras injúrias cuspidas
por caras lavadas e punhos escondidos
mas engomados.
Nas sombras do nada,
conjecturam-se outros dias quentes,
apregoam-se outros sóis
talvez menos desavindos,
sem que a vingança
que nos roí os pecados
sob um sangue seco, espesso
e ordinariamente velho
nos moa a crosta
que se encrosta ferida.
Regressas a ti e no nada
constróis outras feridas
do tanto que por ti dás
e te observas engolido
nesse hiato que passa
imediato sem tempo;
o gemido que soltas
atado num olhar perdido
ao fundo da estrada,
no apurar
da tua mentira.
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:-) ceus gostei
ResponderEliminarvou passar aki
nas novidades
:-)
a serio que gostei:-P
:-)
:) Sê bem vinda!
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
bjs
A mentira esconde-se atrás do espelho da nossa vida,a sua opacidade não deixa transparecer o que nos vai na alma. Mas em muitas situções com que nos deparamos,gostariamos de acreditar que a mentira é mesmo mentira.
ResponderEliminarIsabel Tavares
Ao criar inverdades, cria-se um mundo paralelo o qual torna-se a realidade...
ResponderEliminarMiguel, parabéns...gosto muito de suas palavras!
Abraço!
É dessa realidade que também é feito o nosso mundo. A mentira existe e faz parte dos cenários que nos acompanham diariamente...
ResponderEliminarAbraço Elisabeth, volta sempre!