AGOSTO 2010

cafésolo

quinta-feira, 17 de março de 2011

«no regret»
















Estarei longe de ser o fiel depositário
da tua verdade? Os meus cigarros
eu próprio faço e nem tanto me moem
quanto o próprio esquecimento.

Ontem ficou tarde para tudo quanto
em nós foi. Desencontramo-nos entre
todas as horas, tal como os meses
se demoraram frios ao passar.

E agora a noite – reconhece-me como
a mais ninguém – pressente-me em gestos
que desconheço, tampouco sei onde vão.
Talvez seja o medo, o mais sereno de todos

os passos, a mais pura verdade que se esconde
dentro de um silêncio (que não se abre a ninguém).
Ficará sempre tarde quando não vens, quando
não estás, quando não voltas para ficar.

Fica difícil habitar num mundo onde as janelas
se parecem fechar num torpor de inverno.
Não fica fácil perceber por que caminho
ou expediente se deve endereçar tal vazio.

Terminaria dizendo:
que me faz falta a tua serenidade;
O mesmo será dizer:
o teu equilíbrio e o fim do poema.

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