sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
AVENIDA
Incrível como as mãos nos pesam,
quando nos encontramos
apenas com nós próprios.
Sentimos que o tempo quase nos ultrapassa,
mas não temos motivos
para nos sentir ultrapassados,
porque fazemos questão de viver
essa oportuna mudança cravada na nossa existência
e passar por «ela», como se “ela”
fosse apenas, uma fotografia digital.
Os cenários que nos ladeiam
esfumam-se, na longa Avenida da Cidade,
como cigarros voam à varanda.
Existe ainda um gato preto
que deambula na tua fronte, e tu
observa-lo, paciente.
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Miguel como sempre nada a dizer a nâo ser maravilha de poesia,muito bom 5*
ResponderEliminarmiguel
ResponderEliminara poesia é, já, uma arte visual por excelência. a capacidade criativa do autor inicia a imagética necessária à construção do poema que o leitor, legente, transforma nas suas próprias emoções.
este poema é um dos melhores que tenho lido aqui e, seguramente, não necessita da aposição da fotografia, embora ela possa ter sido o «motor» da construção da linguagem poética. a avenida está lá, no discurso, precisa, como um «flash» que nos encandeia o olhar.
abraço
josé félix