A porta da frente sempre aberta, revelando
o bater de uma aldraba que estremece.
As tábuas longas e enegrecidas pelo
tempo, o fulgor de um corredor cuidado-
samente encerado a joelhos. Ao meio:
o cruzamento da porta dos aposentos com a
da grande cozinha. Ao fundo: uma outra porta
da grande cozinha. Ao fundo: uma outra porta
e mais quartos cuidadosamente vigiados pelo
lustre no cobre antigo das caldeiras. Era uma
lustre no cobre antigo das caldeiras. Era uma
casa enorme, tão farta quanto a nossa infância.
Havia uma porta nos fundos que se encerrava
quando a luz se perdia e a noite se apossava
dos nossos corpos. Mas era acima de tudo uma
casa de gatos com nome e de cães com coleira:
“Doggy, Miss, Fisto, Lhau ou Piaui” entre
outros nomes que a memória nos rouba –
como a casa que era e já não é mais nada
senão a reminiscência – retida pelos versos
e por outras palavras.
Fecho os olhos, recuo no tempo…. Lá está ela, a casa que era e já não é. Quatro paredes, um teto, quarto, uma sala, um sótão; cantos e recantos repletos de emoções e eternas recordações. Cada degrau que vou subindo, mais me aproxima daqueles que outrora nela habitaram. Os móveis antigos, o sofá vermelho, o lambrim com recordações de passeios. Sinto o delicioso cheiro a sopa de feijão; ela lá estava à volta das panelas sempre com um sorriso grande para me receber. Como o passado parece presente.
ResponderEliminarDesço degrau a degrau, para trás a casa vai ficando vazia e a minha memória cada vez mais sólida. Não resta mais nada, apenas recordações. Apaguem a luz, fechem a porta à chave, a casa que era já não é. Agora permanece guardada no armário das minhas recordações de infância.
Na verdade todos guardamos na memória uma casa especial. Beijinhos Miguel
Isabel
Beijinho, Isabel!
ResponderEliminarAgradeço o teu comentário!