para a minha irmã, Elsa.
O tempo passou, minha irmã,
e nós, já nos demos conta
de não existirem mais peças
que sirvam aos nossos moldes.
As dores, essas, instalaram-se,
como os anos que nos colhem
apressados «season after season».
Será que ainda sentes o aroma
fresco – da cevada e do trigo –
de uma infância que nos molda?
Talvez os sintas, por certo, no repicar
Fresco da memória como o cansaço dos dias.
Quanto ao resto:
nada de novo, dois corpos distantes
nada de novo, dois corpos distantes
acalentar medos que dantes não existiam.
Como o tempo que urge e não se esquece
de quem somos ou para onde vamos.
Talvez hoje não estejamos assim tão longe
dos rostos felizes que emprestávamos
ao registo mecânico das fotografias.
Como o tempo que urge e não se esquece
de quem somos ou para onde vamos.
Talvez hoje não estejamos assim tão longe
dos rostos felizes que emprestávamos
ao registo mecânico das fotografias.
Passou o tempo, é certo, e nós estamos
vulneráveis como nunca o fomos – na casa
da avó «Mami», onde tão cedo aprendemos
o sentido ou o peso da palavra – Amor.
Devia talvez reservar para a intimidade o impacto do teu poema, de que agora me aproprio; e o meu sentimento de profunda felicidade pelo teu presente. Por seres/ estares presente. Mas não resisto a escrever o que de imediato senti: um profundo orgulho porque escreveste para mim... e o que escreveste para mim. Sabes que te amo, que ainda és o meu pequeno menino loiro, lindo, de olhar expressivo e sorriso aberto.
ResponderEliminarAgora irei ler, tantas vezes quantas o meu coração mandar, estas palavras que me inspiram e me acalentam a alma e a mente. (só não agradeço porque o amor não carece de tal cumprimento)
Elsa
Faz-nos tão bem ler o que escrevem,obrigada aos dois por partilharem...
ResponderEliminarUm beijo
Xana
Vi o seu blogue publicitado por uma amiga no FB. Cliquei e, sinceramente, gostei do pouco que li. Prometo voltar!
ResponderEliminarParabéns! :)
Poder-me-ão entender todos aqueles
ResponderEliminarde quem o coração for a roldana
do poço que lhes desce na memória.
Se alguma coisa vi foi com o sangue.
De alguém a quem o sangue serviu de olhos poderá
falar quem o fizer de mim.
Luís Miguel Nava, Poemas,
Porto, Limiar, 1987.
Um beijo grande, mana!
Sabes que sim, que continuarei a ser o teu mano mais novo, e que nenhuma distância (física ou cronológica) poderá apagar esta ligação de sangue que nos une, para além do próprio tempo, agora e para sempre.
Belo mano, belo poema.
ResponderEliminar<3 (as palavras nem sempre são necessárias)
ResponderEliminar